Bairro Pernambués: território fundado pelos quilombolas do Cabula
28 de Agosto de 2019 - Redação Pernambués agora
A origem do nome é indígena e o significado é “mar feito à parte” ou “tanque de água”.
Cabula e Pernambués são bem próximos, é quase impossível falar do bairro sem citar o Cabula, então vamos lá. De acordo com o pesquisador C.Batista Castro-1936 Cabula, é o nome pelo qual foi chamada, na Bahia, uma seita afro-brasileira surgida no final do século XIX.
A história do nome do Cabula está diretamente ligada à forma como o bairro foi povoado. Ainda no século XVIII, a região onde hoje está situado o Cabula foi povoada por negros, principalmente de origem do Congo e da Angola, formando as primeiras comunidades da região.
Por ela passava os rios Pituaçu, Rio das Pedras, Rio Saboeiro, Rio Cachoeirinha, Rio São Marcos. Formavam a chamada Bacia de Pituaçu. Na verdade, existia um rio chamado Pernambués no local, que acabou nomeando toda a comunidade. Atualmente ainda há resquícios desse rio preservado no interior do 19 BC.
Vamos conhecer mais sobre o bairro de Pernambués. A origem do nome é indígena e o significado é “mar feito à parte” ou “tanque de água”.
O Pernambués é mais um bairro que está localizado no território correspondente à área que foi o Quilombo do Cabula no século XIX, no miolo central de Salvador. Tem ligações com avenidas importantes da cidade. Na “esquina” dos dois bairros encontra-se uma unidade do Exército Brasileiro. Nas proximidades acha-se uma extraordinária área verde.
O lugar onde se encontra hoje o Pernambués abrigava várias chácaras e fazendas, as quais se formaram no Cabula em fins do século XIX e se desenvolveram durante toda a primeira metade do século XX. No caso do Pernambués traçaram uma avenida cruzando todo seu espaço. Até as décadas de 1940/1950 praticamente só existia o Cabula. Pernambués era pura mata.
Assim, entre as várias fazendas que tinha, existia uma bastante importante, produtora de laranja, chamada Santa Clara. No entanto, com a sua dissolução, em 1956, os quilombolas retomaram as terras e deram origem ao bairro.
A territorialidade recuperada em 1956 fez com que a comunidade fosse construindo uma estrutura social baseada numa dinâmica de organização africana, uma arquitetura de divisão do espaço que podemos dizer neo-quilombola. Ela se formou e ainda possuía uma ordem formal no desenvolvimento do bairro; e esse espírito quase perdido de coordenação pode se ver notado até hoje na formar como os líderes e associações comunitárias tentam organizar minimamente a comunidade. Porém, isso se desmantelou no início da década de 80, com a construção do Shopping Iguatemi e da Estação Rodoviária.
População
De acordo com dados da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia –CONDER e o Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010.
São 65 mil habitantes. A população total do bairro é de 64.983 habitantes segundo o senso 2010, sendo que 47,43% são homens e 52,57% mulheres. No Percentual da população total residente por cor/raça, 15,97% se autodenominam brancos, (27,77%) preta, 1,35% amarela,54,69% pardos e 0,23% indígena.
Uma nova dinâmica social se formara com o “desenvolvimento” ocorrido na própria Cidade do Salvador. As obras que desde a década de 70 trouxe um grande contingente de pessoas do interior do estado para trabalharem nas construções, o que fez aumentar consideravelmente o número populacional da comunidade.
Atualmente, o bairro se encontra numa localização estratégica, próximo de três grandes shoppings, cresceu em todas as áreas: cultural, religiosa, independência, musical e educacional como é o caso do Grupo Alerta Pernambués-GAP, que vem transformando vidas. GAP foi criado por um grupo de moradores e amigos do Bairro de Pernambués, interessados em contribuir com as questões sociais do bairro. Nele são oferecidos cursos gratuitos para jovens, idosos e pré-adolescentes.
Pernambués é o bairro mais negro de Salvador. O bairro nasceu de uma antiga fazenda de laranjas, e hoje Sessenta anos depois, é considerado um quilombo urbano de crescimento constante.
Informações: Davi Nunes, mestre e Pós-graduação em Estudos de Linguagem- PPGEL/UNEB, poeta, contista e escritor de livro Infantil.
Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia- CONDER
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