Bebê Reborn: Por dentro da febre dos bonecos hiper-realistas que chegam a custar R$ 1.500 em Salvador
26 de Maio de 2025 - Redação Pernambués agora
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Brincar de “pai” e “mãe” não é mais exclusividade das crianças. Esse hábito atravessou gerações e hoje atrai adultos que se encantam pelos chamados bebês reborn — bonecos hiper-realistas que reproduzem fielmente os traços de recém-nascidos, como peso, tamanho, textura e aparência. O fenômeno, que antes era visto apenas como um brinquedo infantil, virou pauta de debates sociais, psicológicos e até políticos.
O assunto ganhou destaque na Bahia após o caso de uma jovem de 25 anos que procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) relatando problemas de saúde para seu bebê reborn. Familiares explicaram que o boneco foi comprado pela internet por R$ 2.800. Esse episódio motivou a criação de projetos de lei na Assembleia Legislativa da Bahia que pretendem proibir atendimentos médicos para bonecos em unidades públicas, com multas que ultrapassam R$ 30 mil e vetos ao uso desses bonecos para benefícios como fila preferencial.
No Congresso Nacional, um projeto similar propõe oferecer atendimento psicológico para pessoas que têm bebês reborn, refletindo a complexidade emocional por trás da prática.
Em Salvador, a comunidade reborn conta com artistas e colecionadores, como Rosana Mascarenhas, da maternidade Zana Reborn, que explica que o preço mínimo para um bebê reborn começa em torno de R$ 1.500, variando conforme os materiais — olhos de vidro ou acrílico e tipos de cabelo, como sintético, mohair ou humano.
Rosana afirma que a popularidade cresceu bastante com as redes sociais, atraindo colecionadores e público jovem. O processo artesanal pode levar de 15 a 30 dias, com detalhes como o cabelo implantado fio a fio para aumentar o realismo.
De acordo com a coordenadora da comissão de saúde do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-BA), Amanda Sacramento, o incômodo com os bebês reborn está ligado ao conceito freudiano do “estranho familiar” — um objeto que parece muito próximo da realidade, mas ao mesmo tempo causa estranhamento. Para algumas pessoas, esses bonecos são formas simbólicas de lidar com perdas, solidão ou desejos maternos.
Amanda destaca que o fenômeno envolve fatores sociais, raciais e econômicos e que o tratamento do tema nas redes sociais pode ser violento, expondo sofrimento de maneira negativa e simplista. Ela defende debates amplos e respeitosos envolvendo áreas da Psicologia, Medicina, Pedagogia e Serviço Social.
No âmbito jurídico, conforme a advogada Carina Gomes, bebês reborn não são reconhecidos como pessoas, o que impede direitos legais como registro civil, benefícios sociais, guarda ou licenças maternidade. O vínculo é emocional, não jurídico.
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