O presidente Jair Bolsonaro foi traído pela confiança na última quarta-feira (27)
Durante uma entrevista a uma rádio com transmissão simultânea pela internet, no momento do intervalo comercial da emissora, mas não das imagens online, que seguiam no ar, ele começa uma conversa informal, e confusa, em que inicia falando da tarifa dos pedágios, para, na sequência, “explicar”, como numa “aula”, como é que se recebe propina sem ninguém ficar sabendo.
“O pedágio de moto no Paraná é R$ 9. Agora, o que eu apanho por causa disso… Pra mim é fácil… ‘Manda um sapato número 43 pra mim, meu número aqui, tá? Um beijo! Pronto, resolveu! Chega o sapato número 43 cheio de notinha de R$ 100 verdinha dentro”, falou Bolsonaro, sem rodeios ou meias palavras.
Na sequência, o ocupante do Palácio do Planalto começa a falar do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que as cadeiras na corte constitucional estariam à venda e que teriam preço. A conversa, no entanto, não chega ao fim.
“Quanto vocês acham que custa uma… Presta a atenção, pessoal! Quanto vocês acham que custa uma vaga pro Supremo Tri…”, segue o presidente, que se cala, com ar de susto, ao perceber (ou ser alertado) que estava no ar.
Na Jovem Pan, Bolsonaro abandona entrevista
Também nesta quarta-feira (27), Bolsonaro concedeu entrevista à rádio Jovem Pan. Depois de uma forte discussão entre os comentaristas Adrilles Jorge, apoiador de Bolsonaro, de André Marinho, filho do empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ) e hoje desafeto do presidente, Bolsonaro decidiu abandonar a entrevista.
Marinho havia questionado o presidente em relação ao esquema de rachadinhas, tema bem conhecido por Bolsonaro, diante das acusações recebidas por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), de utilizar essa prática enquanto era deputado estadual.
“O PT não pode voltar. Então, por favor, responda à pergunta que te fiz, cara. Por quê? Só quer pergunta de bajulador?”, afirmou Marinho ao presidente.
Adrilles respondeu, aos gritos, que Marinho estava se referindo a ele como bajulador e passou a gritar. Bolsonaro tentava falar, mas não conseguia, diante da confusão. Então, levantou e deixou o local onde concedia a entrevista.