Cultura

Neojiba celebra 14 anos com inauguração de um novo palco, a Arca

08 de Outubro de 2021 - Correio24h
[Neojiba celebra 14 anos com inauguração de um novo palco, a Arca]

A diversidade sempre foi uma marca do Neojiba (Núcleos de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), que reúne jovens de crenças, raças e classes econômicas diferentes

O projeto, mantido pelo Estado da Bahia, busca, através da música erudita, promover o desenvolvimento e a integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade.

E, para confirmar essa vocação da busca pela diversidade, o programa vai lançar, no dia 16, a Arca Neojiba, um espaço cultural na sede do projeto, no Parque do Queimado, na Liberdade. O lançamento integra as comemorações dos 14 anos da instituição. O equipamento é um palco, em formato de concha, que vai estar à disposição da comunidade artística de Salvador para realizar apresentações. A capacidade é para um público de aproximadamente 500 pessoas e as apresentações serão sempre gratuitas.

"A Arca é para trazer mais pessoas com outras linguagens que estão sem voz, que têm muito o que dizer. A gente quer que esse espaço seja preenchido pela população, pelos grupos de poesia, pelos grupos de hip hop, pelo pessoal da música popular, mas tudo numa ideia de diálogo entre as linguagens", defende Ricardo Castro, criador e gestor atual do Neojiba.

O aniversário será celebrado durante todo o mês de outubro e começou ontem com uma live sobre direitos da criança. Amanhã e domingo, às 11h, no Facebook, será apresentado o musical Os Saltimbancos, com vídeos gravados por integrantes do programa. Recitais e concertos acontecerão até o fim do mês e a comemoração será encerrada com a apresentação, no Teatro Vila Velha, da ópera Dido e Enéas, com o Coro Juvenil e direção de Márcio Meirelles.

Nestes 14 anos - a primeira apresentação aconteceu em 20 de outubro de 2007 -, o projeto já formou duas gerações de músicos e está formando a terceira. Embora não tenha a pretensão de criar profissionais, o Neojiba realiza um trabalho social que tem uma importância fundamental para esses jovens, segundo o maestro: "Muitos deles se dão conta principalmente porque muitos ainda estão conosco como funcionários, são monitores, gestores e lideranças do programa no interior".

Para Ricardo, trata-se de um projeto que não é estritamente cultural: "O Neojiba tem um impacto muito forte porque vai na família, nos pais e oferece uma linguagem um modo de expressão para esses jovens. Se você tem uma criança que vem de uma igreja evangélica ao lado da outra que é iniciada no candomblé, isso é uma vitória enorme para a sociedade, para criar paz para a nossa comunidade".

O maestro vivia na Suíça, onde estava estabelecido como pianista e surgiu o convite do então governador Jaques Wagner para voltar para Salvador e implantar uma orquestra juvenil. Na verdade, o próprio Ricardo havia sugerido o projeto, mas não tinha a intenção de coordenar a implantação. "Minha volta para a Bahia foi realmente com uma missão. Eu só havia dado a ideia de fazer um programa assim. Mas mudei minha carreira para isso e não me arrependo em nada", assegura o regente.

Embora não se arrependa, Ricardo abriu mão de uma vida estável para abraçar aquela missão social e ele estava ciente das dificuldades que enfrentaria num Estado que não tinha tradição de música erudita: "Eu nunca quis voltar para a Bahia, sempre considerei a Bahia um lugar maravilhoso para descansar. Nunca considerei a Bahia um lugar adequado para me desenvolver como músico da música erudita. Mas me sinto totalmente realizado", garante.

Ricardo é ciente da qualidade de sua atuação e não se preocupa com falsa modéstia. Reconhece que hoje a Neojiba é um patrimônio cultural e, principalmente, social baiano e diz que o projeto já é reconhecido internacionalmente: "É a primeira vez que uma orquestra baiana é reconhecida no exterior. Não há outra igual no Norte/Nordeste do país que tenha a respeitabilidade da Orquestra Juvenil da Bahia [uma das orquestras do Neojiba] hoje, que seja conhecida e chamada para tocar em turnês internacionais. Neojiba é uma marca que colocou a Bahia no mundo de concerto no panorama mundial pela primeira vez"

Apesar de ser uma peça fundamental para o sucesso do projeto, o maestro diz que não tem apego ao cargo e gostaria muito de ser substituído. Se isso não ocorreu ainda, é porque, segundo ele, não apareceu alguém com a devida capacitação: "A primeira coisa que eu disse quando cheguei foi 'estou procurando alguém que me substitua', que faça o que eu tenho que fazer melhor que eu e até hoje estou procurando. Assim que aparecer alguém que saiba fazer o Neojiba, eu vou aí só pra curtir o Neojiba, com o maior prazer".
 

Foto: Arisson Marinho

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