A reabertura do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) após reforma de R$ 30 milhões gera revolta na comunidade do Solar do Unhão, situada à beira da Baía de Todos os Santos
Intitulado como ‘MAM Racista- Para a elite, píer e casarão. Para a comunidade, arame farpado’, o manifesto produzido por moradores é a base do protesto, que está marcado para terça-feira (17), a partir das 13h, quando acontece o evento de reabertura do museu.
No manifesto dos moradores, que será distribuído durante o protesto, chama atenção para a “referência opressora e imperialista para o povo que vive com tanta dificuldade na comunidade”, além de uma série de questões que são apontadas. Entre elas, está o descuido com a escada de acesso da comunidade à praia das pedras, que o Museu, mesmo com investimento de R$ 30 milhões, até agora não contribuiu com a reforma.
A comunidade também reivindica apoio para a construção de um espaço esportivo, uma quadra, que garantiria lazer para a juventude local em uma área que não é tombada, entre o Museu e a entrada do bairro. O diretor Pola Ribeiro é contra o equipamento, pois ter uma quadra de esportes ao lado tiraria a imponência cultural do
museu. Além disso, a forma de tratamento do atual diretor do MAM e de outros gestores anteriores, com a comunidade, desrespeita tratados e legislações internacionais às quais o Brasil se submete e que preconizam a interação social do patrimônio com o entorno.
O movimento é liderado pela Associação de Moradores do Solar do Unhão e de instituições sociais que promovem trabalho social no bairro, como o Coletivo de Entidades Negras (CEN) e o Museu Street Art Salvador (MUSAS), que critica a falta de diálogo qualificado e o desrespeito da gestão do MAM com os moradores, o que demonstra o racismo da gestão cultural do museu.
Serviço
O que?
MAM Racista- Para a elite, píer e casarão. Para a comunidade, arame farpado
Quando?
17/08 (terça-feira) às 13h
Onde?
No Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)