Fofoca

Presidente do PTN fala com exclusividade sobre pedido de intervenção no HGC e diretor transfere responsabilidade para o município

12 de Fevereiro de 2014 - Piatã

Moscas tomam conta do HGC

O ex candidato a prefeito de Camaçari e presidente estadual do PTN, Maurício de Tude, apresentou ao Ministério Público da Bahia um pedido de intervenção da unidade do Hospital Geral de Camaçari(HGC). “Desde o ano passado eu venho alertando sobre as péssimas condições de funcionamento do hospital. Os pacientes são tão maltratados, a ponto de um rapaz ter ficado três dias sem tomar banho, numa demonstração de total abandono. Outro morreu após onze dias de espera por uma transferência. Vou entrar com uma representação no Ministério Público pedindo a intervenção judicial no HGC. Como está não pode ficar”, denunciou.

HGC REBATE

Em entrevista ao PORTAL BAHIA NO AR, o diretor do Hospital Geral de Camaçari (HGC), Francisco Assis, assume que há problemas na unidade hospitalar, porém alega que às dificuldades enfrentas estão relacionadas à rede de saúde municipal inadequada.

Segundo Assis, o HGC sofre uma sobrecarga de demanda, justamente por Camaçari não dispor de um hospital municipal e possuir um número insuficiente de unidades de saúdes, a exemplo das UPAs, UBSs e USFs. O diretor afirmou que o hospital funciona com 85% da capacidade máxima, 10% superior aos 75% recomendando para manter a qualidade dos serviços prestados.

Ainda de acordo com Francisco Assis, o HGC foi projetado para atender a toda a região, não apenas Camaçari, com referência em casos de média e alta complexidade, o que, segundo ele, não acontece.“Cerca de 80% dos pacientes atendidos no HGC são classificados como verde, ou seja, casos mais simples e que poderiam ser atendidos nas UPAs e outras unidades, caso a rede funcionasse adequadamente. Camaçari é a única cidade da Bahia que não possui um hospital municipal”, declarou.

O diretor afirmou também que não existe falta de médicos, porém, a crescente demanda gera uma superlotação e falta de espaço para acomodação dos pacientes, mas que nenhum deles deixa de ser atendido por uma equipe multidisciplinar.

UNIDADES MUNICIPAIS

Para Maurício, a saúde passa por uma crise, e que não se restringe apenas ao HGC. “As UPA’s estão sem médicos, por causa da troca da cooperativa. A intervenção deve atingir também a Secretaria Municipal de Saúde”.

Ainda de acordo com Maurício de Tude, a inoperância das unidades municipais de saúde também são inconcebíveis. Segundo ele, o município repassa para a saúde uma verba de R$ 20 milhões mensais, e que a crise vivenciada no setor é considerada injustificável. “Precisam ser tomadas atitudes para garantir que os recursos sejam de fato aplicados e utilizados da forma correta”, declarou.

SEM LICITAÇÃO

No início desta semana o PORTAL BAHIA NO AR divulgou uma matéria sobre a contratação da Fundação Estatal de Saúde da Família (FESF-SUS), sem licitação.

A Fesf-SUS assumiu o lugar da Coopersaúde, cooperativa ex-prestadora de serviços da Secretaria de Saúde (Sesau) de Camaçari.

De acordo com informações de fontes ligadas ao PORTAL BAHIA NO AR, a Fesf-SUS é dirigida por Carlos Trindade, ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-secretário de saúde que esteve à frente do órgão em uma das gestões do ex-prefeito Luiz Caetano e com quem mantém relações próximas do atual gestor municipal, Ademar Delgado.

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