Bernadete Pacífico, quilombola assassinada na Bahia, estava sob proteção da polícia: 'que segurança é essa?', questiona advogado
18 de Agosto de 2023 - Redação Pernambués agora
Mãe Bernadete era líder quilombola na cidade de Simões Filho — Foto: Redes sociais
A líder quilombola e coordenadora nacional de Articulação de Quilombos, Bernadete Pacífico, assassinada na noite de quinta-feira (17), estava sob proteção da Polícia Militar, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) há pelo menos dois anos. Nesta sexta-feira (18), o g1 questionou à SJDH como era feita a proteção da quilombola, que também era ialorixá, mas ainda não obteve resposta. Em contrapartida, o advogado da família, David Mendez, disse que a Polícia Militar fazia uma "ronda simbólica" no local onde ela morava.
"Ela entrou no programa há dois anos. Bernadete recebia ameaças de várias frentes, que foram intensificadas quando madeireiros ilegais passaram a ameaçá-la. Ela sempre deixou claro os riscos que corria e ficou sob o programa a pedido dela mesma", detalhou o advogado.
"A proteção do estado era só uma ronda simbólica. Uma viatura da PM ia lá uma vez por dia, geralmente no final da tarde, falava com ela e ia embora. Que segurança é essa?, questionou David. Há cerca de um mês, a quilombola também tinha relatado a situação à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. O advogado relatou ainda que, dias antes de morrer, Bernadete havia falado que as ameaças feita pelos madeireiros haviam se intensificado.
A extração de madeira na comunidade quilombola onde Bernadete morava é ilegal, porque se trata de uma Área de Proteção Ambiental (APA). Por isso, os madeireiros eram denunciados por Bernadete e a ameaçavam.
O quilombo Pitanga dos Palmares, que era liderado por Bernadete, é responsável por uma associação onde mais de 120 agricultores produzem e vendem farinha para vatapá, além de frutas e verduras como abacaxi, banana da terra, inhame e maracujá. Cerca de 290 famílias vivem no local de 854 hectares. O quilombo foi certificado em 2004, mas ainda não teve o processo de titulação concluído.
"Recentemente ela relatou para a gente, em três ocasiões, que pessoas passavam pela casa dela à noite dando tiro para cima, como se fosse uma espécie de recado, de aviso. Fora as comunicações de boca--boca. Então não era novidade para ninguém".
"O pessoal da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do governo do estado sempre esteve ciente do risco que dona Bernadete corria", destacou o advogado
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