Política

Desde os 25 anos Geddel é apelidado por sua gula por propina

09 de Setembro de 2017 - Karina Costa

Ex-ministro de Temer Geddel acumula acusações de corrupção desde que saiu da faculdade de ADM, em 1983.

Aos 25 anos, recém- saído da faculdade de Administração de Empresas, Geddel Vieira Lima assumia seu primeiro cargo público. Era 1983, e ele foi indicado para o posto de diretor da corretora de valores do Banco Estadual da Bahia (Bandeb). Começava ali também uma sucessão de denúncias de corrupção contra o ex-ministro, preso na sexta-feira pela Polícia Federal, que lhe renderia os apelidos de “Geddel 20%”, “agatunado” e “boca de jacaré”, em referência ao “grande apetite por negociatas”, segundo explicação de um político baiano. As informações são do jornal O Globo. Bastou um ano para uma auditoria interna do Bandeb mostrar um desvio de cerca de R$ 2,7 milhões (em valores atualizados) da corretora, fruto de um esquema que teria beneficiado Geddel, seu irmão, o hoje deputado Lúcio Vieira Lima, seu pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, e sua mãe, Marluce. Todos os envolvidos negam a acusação de que usaram o banco público para ter rendimentos acima das taxas de mercado. A única punição a Geddel foi a demissão, em 1984. Após uma série de outras indicações políticas, Geddel foi eleito deputado federal em 1990. O ex-senador Antônio Carlos Magalhães, desafeto da família Vieira Lima, costumava dizer que a campanha foi paga com dinheiro desviado por Afrísio de um fundo destinado a comprar equipamentos para a Polícia Civil (Funresp) — o pai de Geddel fora secretário estadual de Segurança Pública antes de ACM assumir o governo baiano. Já em seu primeiro mandato na Câmara, Geddel foi citado no escândalo dos “Anões do Orçamento”, acusado, assim como outros parlamentares, de manipular emendas para beneficiar empreiteiras. A CPI que investigou o caso, em 1993, o absolveu. Oito anos depois, ele voltaria a sofrer um ataque de ACM, que distribuiu fitas de vídeo com um documentário encomendado chamado “Geddel Vai Às Compras”. O vídeo afirma que o patrimônio do ex-ministro cresceu 364% de 1994 a 1998 e lança suspeitas sobre a forma como ele comprou fazendas no interior da Bahia e imóveis em Salvador. Sem ter sido prefeito de capital nem governador, Geddel construiu sua base na política do estado aproveitando a herança do pai, que gozava de influência por ter comandado a Companhia das Docas, e alianças com prefeitos turbinadas por contratos assinados em sua passagem pelo Ministro da Integração Nacional.  

Comentários

Outras Notícias

[Síndrome silenciosa pode afetar fertilidade e atingir até 13% das mulheres inférteis]
Saúde

Síndrome silenciosa pode afetar fertilidade e atingir até 13% das mulheres inférteis

27 de Junho de 2025

Foto: Reprodução

[Conselho Federal de Medicina Veterinária define novas regras para publicidade profissional]
Saúde

Conselho Federal de Medicina Veterinária define novas regras para publicidade profissional

27 de Junho de 2025

Foto: Divulgação

[Brasil declara erradicada a gripe aviária em granjas comerciais e busca retomada das exportações]
Saúde

Brasil declara erradicada a gripe aviária em granjas comerciais e busca retomada das exportações

27 de Junho de 2025

Foto: Arquivo/Agência Brasil

[Psicóloga baiana assume presidência do Conselho Federal de Psicologia com foco em direitos humanos]
Política

Psicóloga baiana assume presidência do Conselho Federal de Psicologia com foco em direitos humanos

27 de Junho de 2025

Foto: Conselho Federal de Psicologia

[Apenas 1 em cada 5 UBSs oferece inserção de DIU, aponta levantamento]
Saúde

Apenas 1 em cada 5 UBSs oferece inserção de DIU, aponta levantamento

26 de Junho de 2025

Foto: Divulgação / Prefeitura Municipal de Vila Velha

[Governo cria programa para abater dívidas com prestação de serviços ao SUS]
Saúde

Governo cria programa para abater dívidas com prestação de serviços ao SUS

26 de Junho de 2025

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil