O Laboratório de Virologia Animal da Unicamp, em Campinas (SP), estuda variações do coronavírus, que surgiu na China e já infectou centenas de pessoas de todo o mundo.
O conhecimento sobre essas variações pode ajudar caso os vírus sofram mutações, passem a circular e adoecer humanos. Esses agentes infecciosos são comuns a morcegos que vivem no Brasil.
De acordo com o doutor em genética e biologia molecular, Paulo Vitor Marques Simas, uma característica do coronavírus é ser de uma família com maior capacidade de sofrer mutações. Essas “adaptações” fazem com que ele se torne ameaça para uma espécie diferente daquela em que habitava.
“Para o vírus, é como se fosse ganhar na loteria. Ele muda e tem a oportunidade de se associar a outro animal ou ao ser humano”, explicou, em entrevista ao G1.
O trabalho no laboratório da Unicamp é realizado por 15 pessoas, sob coordenação da doutora Clarice Arns, com foco nos vírus. Colaboradores vão a campo e armam redes para capturar morcegos saudáveis que serão usados na coleta de amostras.
“Se surgir alguma coisa, se identificarmos a circulação desses agentes virais em humanos, já vamos saber a origem”, acrescentou Simas.