Inicia novembro e é a vez de conscientizar a população masculina da necessidade de cuidar do seu corpo e da mente
A campanha Novembro Azul estimula o diagnóstico precoce do tipo de câncer mais comum entre os homens, o câncer de próstata. A iniciativa eleva para mais de 90% as chances de cura, segundo especialistas.
O câncer de próstata é a causa de morte de 29% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata. Para este ano, as estimativas do instituto apontam 65.840 novos casos, com um risco estimado de 62,95/100 mil habitantes.
O câncer de próstata ocupa a primeira posição em todas as regiões do país, com o mais alto risco estimado no Nordeste, com 72,35/100 mil, segundo o Inca. Quando comparado com o cenário nacional, a Bahia aparece em quarto lugar entre os estados com maior número de casos de câncer de próstata em 2021, com 6.130 ocorrências, com 1.090 em Salvador.
O movimento Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata – 17 de novembro.
O que é a próstata?
É uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Sintomas:
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são:
• dor óssea;
• dores ao urinar;
• vontade de urinar com frequência;
• presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Fatores de risco:
•histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio;
•raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer;
•obesidade.
Prevenção e tratamento:
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.