Saúde

Dia Mundial de Luta contra a AIDS é celebrado dia 1º de dezembro; doença desacelera nos anos 2000

01 de Dezembro de 2021 - Pernambués Agora com informações Ascom/PMS
[Dia Mundial de Luta contra a AIDS  é celebrado dia 1º de dezembro; doença desacelera nos anos 2000]

Em 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a AIDS

Esta data constitui uma oportunidade para apoiar as pessoas envolvidas na luta contra o HIV e melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global.

Desde a década de 80 até o mês de junho do ano passado, o Ministério da Saúde detectou um milhão e 11 mil casos de Aids no Brasil. A síndrome da imunodeficiência adquirida é causada pelo vírus HIV. E, apesar de atingir tantos brasileiros, desacelerou no começo deste século. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), do ano 2000 até 2019, as novas infecções pelo HIV caíram 39%, e as mortes relacionadas ao HIV caíram 51%.  
A meta é ampliar a resposta sanitária e acabar com a epidemia de Aids e infecções sexualmente transmissíveis (IST) nas Américas até o ano de 2030. E isso se faz com informação, como afirma a psicóloga e neuropsicóloga Juliana Gebrim.

"Essas pessoas, que tem esses processos de discriminação, são pessoas que possuem um certo raquitismo espiritual. Muitas vezes por serem ignorantes - tanta ignorância da pessoa que é bruta, com instintos bem primitivos e animalescos, ou pessoas que não tem a informação correta, que estudam pouco, que leem pouco, é uma tragédia em todos os sentidos", disse.

Esta quarta-feira (1º) é o Dia Mundial de Luta contra a Aids e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) escolheu como tema “Acabe com as desigualdades. Acabe com a Aids. Acabe com as pandemias”.

O tratamento, como aquele oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ficou mais simples e permite que uma pessoa infectada não desenvolva a doença. Foi o que ocorreu com o Godoy, que atua como voluntário numa clínica de reabilitação para dependentes químicos.

"Quando comecei a tomar os remédios, eu tomava 16 comprimidos por dia. E tinha muita diarreia - não podia comer fora porque já tinha que ir ao banheiro. Mas depois fui trocando as medicações, e hoje não tem mais nada disso não. (A quantidade de) remédio é bem menor: eu tomo quatro hoje e está cada vez melhor. E eu estou gordinho até, eu estou bem de fisionomia e esqueço mesmo que eu tenho HIV".

Godoy contraiu HIV ao fazer uso de drogas e hoje ajuda outras pessoas. Ele conta que receber o diagnóstico foi um momento bastante difícil.

"Eu sempre digo que o HIV salvou a minha vida. Porque foi o meu fundo do poço, em relação à dependência química. Quando eu recebi a notícia, o diagnóstico - que eu mesmo li - eu desci bem lá no fundo mesmo para depois me reerguer, nascer de novo. Então eu consegui ficar limpo, minha vida melhorou muito depois. Não tenho o que temer. 
Para mim foi um renascimento, não uma morte".

Mas nem todo mundo consegue levar essa vida normal - porque, para isso, é preciso fazer o teste e, se der positivo, iniciar o tratamento com acompanhamento médico. A OMS estima que 81% das pessoas com HIV no planeta conhecem essa condição. E seis em cada 10 infectados pelo HIV estão indetectáveis, devido ao tratamento com remédios antirretrovirais. Ou seja, têm cargas virais tão baixas que não transmitem mais o vírus, pelo menos durante a relação sexual. De 2000 até 2019, mais de 15 milhões de vidas foram salvas por esses tratamentos.

Mas, para quase um quinto dos infectados, a descoberta ocorre tarde demais, quando a Aids já se desenvolveu. Desde o fim dos anos 1970, mais de 33 milhões de pessoas morreram por causa da doença em todo o mundo.
A psicóloga e neuropsicóloga Juliana Gebrim lembra que, independente do estágio da infecção, a pessoa que vive com HIV precisa de acolhimento.

"Essa pessoa vai passar por vários processos psicológicos. Em primeiro lugar, pode começar a negar que tem o vírus, vai fazer várias vezes o teste. Depois, ela vai entrar no processo de muita raiva de si e talvez do agente ou local onde ela tenha pego. Depois, ela entra em uma fase de barganha, que ela vai tentando negociar melhoras para ela sair do quadro. Mas, posteriormente, ela pode entrar no quadro depressivo. E aí é hora de tomar cuidado, porque a imunidade da pessoa pode baixar no estado depressivo. E posteriormente, chegar à fase da aceitação", explicou.

A OMS avalia que a pandemia de covid-19 agravou as desigualdades sanitárias e dificultou o acesso aos serviços de saúde. Por isso, a entidade aproveita o dia de hoje para convocar os líderes mundiais a se unirem para garantir o atendimento adequado para prevenir as infecções e tratar as pessoas infectadas pelo HIV.

Em Salvador
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vai promover uma série de atividades durante o mês de dezembro. A programação vai contar com ações de testagem, atividades de prevenção e iluminação de monumentos, dentre outras atividades.

A partir desta quarta, o Elevador Lacerda e o Farol da Barra serão iluminados em vermelho em alusão à campanha de prevenção à Aids. A ideia é que a iluminação cênica possa ser um lembrete para a população para se manter em alerta com a doença.

No próximo sábado (4), das 8h às 12h, a Estação da Lapa receberá uma programação especial envolvendo testagem de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de serviços como aferição de pressão arterial, orientação em saúde e bioimpedância – exame que avalia a porcentagem de massa e gordura corporal. A atividade será realizada através de uma parceria com o centro médico Três Elementos.

Papa pede solidariedade
O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (1º) mais solidariedade com aqueles que sofrem com o vírus HIV, para garantir os cuidados dos que vivem nos lugares mais pobres do mundo.  

Em sua audiência geral, Francisco disse que o Dia Mundial de Combate à Aids é uma ocasião importante para lembrar das pessoas afetadas pelo vírus. Em algumas áreas do mundo não existe acesso a cuidados essenciais, disse ele.

A UNAids, programa de combate ao HIV e à aids, da Organização das Nações Unidas (ONU) sediado em Genebra, afirmou na segunda-feira que a pandemia de covid-19 está minando a reação à aids em muitos locais, e que os serviços para pessoas que usam remédios contra HIV sofreram transtornos em 65% dos 130 países pesquisados.

"Espero que possa haver um compromisso renovado de solidariedade para garantir cuidados de saúde eficientes e igualitários (para aqueles com HIV-Aids)", disse o papa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 37,7 milhões de pessoas conviviam com o HIV no final de 2020, mais de dois terços delas na África.

No mês passado, Francisco escreveu uma carta a Michael O’Loughlin, jornalista norte-americano que escreveu um livro sobre o trabalho de católicos que ajudaram vítimas da aids no início da crise surgida nos anos 80.
"Obrigado por iluminar as vidas e dar testemunho dos muitos padres, mulheres religiosas e leigos que escolhem acompanhar, apoiar e ajudar seus irmãos e irmãs sofrendo de HIV e aids, com grande risco para sua profissão e reputação", escreveu o papa na carta.

 

Foto: Reprodução

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