A líder técnica para a varíola dos macacos do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Rosamund Lewis, afirmou nesta terça-feira (26) que a situação da doença no Brasil é "preocupante"
Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, estão registrados 813 casos da varíola dos macacos em 13 estados e no Distrito Federal.
Segundo Rosamund, devido à extensão do país, pode haver subnotificação, uma vez que os testes diagnósticos podem não chegar a todas as regiões.
"Certamente, [a varíola dos macacos] é muito preocupante para países como o Brasil, de população grande, geograficamente extenso, e agora também com um número significativo de casos", afirmou.
Durante a entrevista coletiva, líder técnica da OMS disse que "o que é criticamente importante no Brasil é o acesso aos testes".
"E, talvez, o acesso aos testes não esteja disponível em todos os lugares. Então, novamente, como dito anteriormente, pode haver uma subnotificação no número de casos", alertou.
Para Rosamund, "a situação no Brasil é preocupante e é importante que as autoridades tomem conhecimento da emergência da saúde pública de interesse internacional e das recomendações temporárias, e tomem as medidas adequadas".
No último sábado (23), a OMS declarou que o atual surto constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
Casos no Brasil
Até agora, segundo o Ministério da Saúde, 13 estados e o Distrito Federal identificaram contaminações pelo vírus da varíola dos macacos. São eles: São Paulo (595), Rio de Janeiro (109), Minas Gerais (42), Distrito Federal (13), Paraná (19), Goiás (16), Bahia (3), Ceará (2), Rio Grande do Sul (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (3), Santa Catarina (3), Mato Grosso do Sul (1).
O levantamento do Ministério da Saúde, no entanto, pode ter defasagem de informações, uma vez que a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou que o estado tem cinco casos confirmados da doença, todos de pessoas que moram em Salvador.
Na segunda-feira (25), durante um workshop sobre Vigilância, Alerta e Resposta a Emergências em Saúde Pública (VIGIAR), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o Brasil fez o "dever de casa, desde o primeiro caso suspeito da doença".
Queiroga afirmou que a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) está preparada para identificar os casos suspeitos da Monkeypox.
"Temos quatro laboratórios hoje com a capacidade de realizar o diagnóstico: o Instituto Adolfo Lutz, a Funed [Fundação Ezequiel Dias], em Minas Gerais, a Fundação Oswaldo Cruz e o laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro", afirmou.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde apontou que "segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes".
Foto: Divulgação