Parem de nos matar; mãe Bernadete sempre será sinônimo de resistência
24 de Agosto de 2023 - Redação Pernambués agora
O vereador Luiz Carlos Suíca é historiador e filiado há mais de 30 anos ao Partido dos Trabalhadores | FOTO: Divulgação
Por Luiz Carlos Suíca*
Enlutado, revoltado, incrédulo. Com uma vontade enorme de gritar aos quatro cantos: por que não param de matar nossa gente? Por que esta perseguição? CHEGA! A morte de mãe Bernadete foi mais um caso de racismo e intolerância religiosa. Assassinada com tiros disparados por quem sente ódio, por quem tem desamor. Essa é a face do extermínio do povo negro na Bahia.
O povo quilombola, o povo preto, de religiões de matriz africana continua a ser exterminado. E, neste caso, com agravantes, já que a líder quilombola tinha medidas protetivas que não foram rigorosamente cumpridas. Em outras casos envolvendo pessoas não pretas as medidas foram cumpridas, e a gente sabe que existem inúmeras maneiras de matar uma pessoa. Mas nunca conseguirão impedir o crescimento do seu legado.
Estamos diante de mais um caso que frustra nossa atuação política e social, que tira um pedaço nosso. Mãe Bernadete perdeu um de seus filhos há seis anos, da mesma forma violenta. Ele fora assassinado com tiros também, com o mesmo ódio e intolerância. O outro filho, que perdeu seu irmão e agora sua mãe, segue com medo de ser a próxima vítima. Medo. Desespero. Tristeza. A tríade que vive as famílias enlutadas.
A mobilização do governo Jerônimo (PT) para solucionar o caso acontece em um ambiente de muita pressão por conta da repercussão que o assassinato tomou no Brasil. A agência de direitos humanos da ONU pediu uma “investigação célere, imparcial e transparente”, e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) enviou dois magistrados à Bahia após o crime. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também se manifestou preocupado com a violência, e por isso enviou representantes ao estado baiano, e aguarda “investigação rigorosa do caso”.
Bernadete Pacífico foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho e cobrava justiça pelo assassinato do seu filho, também um líder quilombola. Precisamos lembrar que o extermínio do povo negro acontece com a ajuda do braço do Estado, infelizmente. O mesmo Estado responsável pela proteção também atua no extermínio do povo negro. Jogam preto contra preto. É uma reflexão que devemos considerar. Isso precisa acabar. Não dá mais para esperar.
Como disse, a morte de cada pessoa preta é sempre como um pedaço de nós que se apaga. Penso diretamente no sofrimento do povo negro todos estes anos para sobreviver. Bernadete Pacífico, tinha 72 anos, era ialorixá, líder religiosa, integrava a comunidade Pitanga dos Palmares, e atuava como coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). Foi morta por defender suas origens, suas terras e seu legado.
*Luiz Carlos Suíca é historiador e vereador do PT da Bahia
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