Cultura

Mapeamento de cantoras negras e indígenas é lançado no Malembe

18 de Agosto de 2022 - Correio24h
[Mapeamento de cantoras negras e indígenas é lançado no Malembe]

A Plataforma Frequências Preciosas lançará, nesta quinta-feira (18) a partir das 18h, no Malembe Food & Drinks (Ladeira do Carmo – Santo Antônio), a pesquisa “Cartografia das cantoras negras e indígenas da Bahia”

A iniciativa traçará um panorama socioeconômico do trabalho dessas artistas baianas, apresentado num diagnóstico sobre a participação feminina nos negócios da música. Na noite, as cantoras baianas Emillie Lapa e Jade Lu subirão ao palco do espaço em pocket shows gratuitos. 

O evento também contará com um bate-papo sobre “mulheres e cena musical da Bahia”, com a participação de Júlia Salgado, Laísa Ojulepá e Ofir Souza, sob mediação da gestora e produtora cultural Simone Braz.

O formulário de pesquisa está aberto para preenchimento desde a última quarta-feira (17) no site do projeto e fica disponível até o dia 10 do mês de setembro. 

Nele, as artistas poderão responder, anonimamente, questões relacionadas à sua rotina de trabalho na cena de música, além de aspectos socioeconômicos (atravessados por questões de gênero e raça). 

Ao responder o questionário, a artista contribuirá para a consolidação de dados relevantes para a compreensão do cenário musical e a participação de mulheres negras e indígenas.

“Um dos principais objetivos desta cartografia, é descobrir quem são as cantoras atuantes no ecossistema da música baiana: seus desejos, suas indagações, bem como descobrir questões socioeconômicas sobre a participação destas mulheres neste cenário”, explica Júlia Salgado, coordenadora da pesquisa.

No cadastramento, as artistas que quiserem terão espaço para enviar informações sobre suas carreiras, fazendo o upload de material profissional, como conteúdo musical em streaming, endereços de sites e redes sociais, contato profissional e fotos.

O final do processo acontecerá em dezembro deste ano, com lançamento dos resultados na Semana Internacional de Música de São Paulo, em formato de dois produtos: um e-book gratuito com o relatório final de dados levantados da pesquisa e uma base digital de dados georreferenciada, disponível no site das Frequências Preciosas, num mapa com cantoras de todos os territórios de identidade da Bahia.

Raína Biriba, coordenadora de produção e gestão estratégica do projeto, diz que a escolha da pesquisa seguiu o recorte do ofício das cantoras e intérpretes baianas, aqui consideradas vozes e corpos que representam o front de um avesso da cena musical. 

“Essa iniciativa tem como missão dar vista a essas artistas, e, como agente desta cadeia, posso dizer, a nossa existência na Música Brasileira, deixar nossa marca, diversidade, defendê-la desde a criação”, explica.

Criada em 2020 pela cantora Viviane Pitaya, a iniciativa já catalogou mais de 500 cantoras, compositoras e intérpretes negras e indígenas do Brasil. Neste escopo de atividades, já foram realizadas ações como o “1º Congresso Frequências Preciosas”, no ano de 2020, projeto de formação voltado aos negócios da música, e ações como o “Sarau Preciosas” e a “Noite Preciosa” na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro.

Viviane Pitaya lembra que, antes da pandemia chegar, ela desenvolvia um show autoral para apresentar nos espaços culturais da capital baiana: “Quando a pandemia começou, tive a ideia de buscar por nomes como o meu, negras e em processo de construção de carreira artística, para saber como elas estavam, o que faziam, conhecer seus trabalhos e trocar experiências. Encontrei artistas incríveis, comecei a mapeá-las e foi assim que surgiu as Frequências Preciosas, em maio de 2020”, detalha.

A pesquisa é desenvolvida no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura/IHAC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), orientado por Daniele Canedo e Paulo Miguez. 

A iniciativa é financiada com o apoio da CAPES, do Programa de Extensão para Pós-graduação da Proext (UFBA) e do Programa Mulheres nas Indústrias Criativas Brasil-Chile 2022 do Goethe-Institut Salvador-Bahia. Este mapeamento faz parte da dissertação “Cantoras afro-latino-americanas no ecossistema da música baiana: dados ocupacionais, desafios e perspectivas”, de Júlia Salgado.

 

Foto: Divulgação

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