Vexame golpista de Bolsonaro com embaixadores foi obra dos militares do governo
19 de Julho de 2022 - Redação Pernambués agora
Além deles, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, teria organizado o evento.
O vexame protagonizado por Jair Bolsonaro (PL) no encontro com embaixadores, que pode resultar até mesmo em crime eleitoral e deixá-lo inelegível, foi obra dos generais Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; ex-comandante do Exército que está à frente da Defesa; e Walter Braga Netto, ex-ministro e pré-candidato a vice na chapa que concorre à reeleição. Além deles, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, teria organizado o evento.
Segundo reportagem da CNN Brasil, couber ao tenente-coronel a incumbência de preparar a apresentação em Power Point, que traz na capa um erro crasso de inglês, ao grafar briefing como "brienfing". O militar é filho do general Lorena Cid, que exerce um cargo de confiança no escritório em Miami da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Na organização do evento, os generais teriam pedido a Bolsonaro para manter a "serenidade na sua fala" e não subisse o tom contra os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mesmo segurando sua fúria, Bolsonaro não convenceu os embaixadores e protagonizou um novo vexame, ao repetir as mesmas ladainhas contra as urnas eletrônicas que propaga em suas lives sem apresentar provas.
O efeito foi exatamente o contrário: os representantes diplomáticos estão preocupados com a estabilidade democrática do país.
Ao jornal O Globo, um dos embaixadores, por exemplo, disse que Bolsonaro ameaça a democracia ao atacar ministros de tribunais e que o presidente brasileiro insiste em "teorias da conspiração". Outro afirmou que está "preocupado" com a democracia brasileira e que torce para que as instituições e o Poder Judiciário garantam eleições tranquilas.
Representantes diplomáticos também deram depoimentos, em condição de anonimato, ao jornal Estadão. Um deles disse que a reunião com Bolsonaro se tratou de um "ato de campanha". Outro classificou a apresentação de Power Point exibida pelo presidente como "amadora".
Aplausos tímidos
A reunião que Jair Bolsonaro (PL) fez com embaixadores estrangeiros nesta segunda-feira (18) para mentir sobre o sistema eleitoral brasileiro terminou de maneira constrangedora.
Ao final da apresentação, o presidente agradeceu e recebeu aplausos tímidos dos embaixadores presentes. A ideia seria que, após o discurso de Bolsonaro, representantes diplomáticos fizessem perguntas. Nenhum deles, no entanto, se inscreveu para perguntar e o evento foi finalizado.
Crime eleitoral?
Ao utilizar a TV Brasil, uma emissora pública, para disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, durante reunião com embaixadores estrangeiros nesta segunda-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comete crime eleitoral e pode vir a ser cassado, caso se reeleja, ou mesmo ficar inelegível.
A avaliação é de Renato Ribeiro de Almeida, advogado especializado em direito eleitoral. À Fórum, Almeida explicou que a atitude de Bolsonaro em colocar em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas, atacar ministros do STF e TSE e seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT), em reunião com embaixadores transmitida por um meio de comunicação social, se assemelha ao caso do ex-deputado estadual Fernando Francischini, que teve seu mandato cassado por disseminar os mesmos tipos de mentiras através das redes sociais.
"Há a possibilidade [na reunião de Bolsonaro com embaixadores transmitida pela TV Brasil] de abuso dos meios de comunicação social. Se assemelha ao caso do Francischini, que foi cassado pela Justiça Eleitoral e perdeu o mandato devido a condutas de disseminação de fake news por meio das redes sociais", diz o advogado.
Segundo Almeida, há um "agravante" no caso de Bolsonaro pois "se trata de uma TV pública, portanto de recursos públicos, que foram utilizados para disseminar mentiras, ataques aos adversários, especialmente Lula, sistema eleitoral, ministros, promovendo, especialmente diante de embaixadores, fake news e promovendo a desordem no país".
"Temos uma situação que, por mais inusitada que seja, pode gerar consequências, inclusive cassação do eventual segundo mandato e também inelegibilidade por 8 anos", atesta o advogado.
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